terça-feira, 21 de outubro de 2008

"Résvés Campo de Ourique"

Significado: Por um triz; à justa.
Origem: Marina Tavares Dias, no seu livro Lisboa Misteriosa (1ª ed., Lisboa: Quimera, 2004), dedica o capítulo "O mistério das palavras" ao esclarecimento de expressões correntes que, de algum modo, a historiadora associa à cidade de Lisboa. Aí se explica que a expressão resvés Campo de Ourique remonta ao traçado urbano da Lisboa oitocentista: a circunvalação que traçava os limites da cidade passava dentro do próprio bairro de Campo de Ourique, na rua Maria Pia, pelo que o bairro era considerado à justa parte de Lisboa (a zona do Casal Ventoso já era exterior às portas da cidade). Os limites da cidade são actualmente mais abrangentes mas a expressão cristalizou-se e permanece na linguagem corrente.

Outra explicação:
No terramoto de 1755 que atingiu Lisboa, os 35 arcos do Aqueduto das Águas Livres sobreviveram sem rachadura. Diz quem sabe, que ficam situados na junção de duas placas do Cretácio Superior, muito perto de uma falha sísmica, a de Campo de Ourique. Por isso se diz que quando alguma coisa escapou por milagre "foi résvés, Campo de Ourique".

(fonte: http://bell-tira-teimas.blogspot.com/2008/03/resvs-campo-de-ourique.html)

Este blogue "tira-teimas" dá resposta a uma série de dizeres.

"Coisas do arco da velha"

Significado: Coisas inacreditáveis, absurdas, espantosas, inverosímeis.
Origem: A expressão tem origem no Antigo Testamento; arco-da-velha é o arco-íris, ou arco-celeste, e foi o sinal do pacto que Deus fez com Noé: "Estando o arco nas nuvens, Eu ao vê-lo recordar-Me-ei da aliança eterna concluída entre Deus e todos os seres vivos de toda a espécie que há na terra." (Génesis 9:16)
Arco-da-velha é uma simplificação de Arco da Lei Velha, uma referência à Lei Divina.

Há também diversas histórias populares que defendem outra origem da expressão, como a da existência de uma velha no arco-íris, sendo a curvatura do arco a curvatura das costas provocada pela velhice, ou devido a uma das propriedades mágicas do arco-íris - beber a água num lugar e enviá-la para outro, pelo que velha poderá ter vindo do italiano bere (beber).

(fonte: http://bell-tira-teimas.blogspot.com/2007/09/coisas-do-arco-da-velha.html)

domingo, 19 de outubro de 2008

"Virar o bico ao prego"

Esta expressão é usada quando alguém procura inverter uma determinada situação, através do díálogo, dando o dito pelo não dito.

De onde vem não sei, mas quem se lembrou de tal expressão para ilustrar tal situação ... tem muita visão ... muito à frente! :)

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

"De fio a pavio"

Esta também é sobejamente conhecida e utilizada mas reconheço a minha ignorância: o fio e o pavio tem a ver com velas ou não tem nada a ver e é outro dito desenraizado?

"Alto e pára o baile"

Esta toda a gente sabe como se aplica.
A origem da expressão parece estar relacionada com um bailarico algarvio, onde um pai zeloso da honra da sua filha, parece ter afirmado a certa altura:
- Ato e pára o baile - e terá completado- que apalparam o cu à minha filha!
Desculpem o vernáculo, que isto era um blog decente, mas vendo ao preço que comprei, na boa tradição oral Portuguesa...
"Laurear a pevide"
Eu confesso que não sei de onde vem mas no blog Gang Tuga está esta explicação (da qual tenho as minhas reservas):
"A expressão laurear a pevide vem de dois mundos paralelos, mas que nunca se contactam (ou se o fazem não o admitem, o que degenerou em bastardos e traições!).
O laurear vem de coroar, de reconhecimento de grandeza. Os louros do triunfo de César em Roma e o louro das espetadas da Madeira. Dois exemplos vitoriosos e supremos nas suas categorias!
A pevide vem da taberna e do tasquinhol! Nasce na abóbora porqueira (e não porcalhona!) e é salgada no grosso (sal grosso, evitemos as confusões). Requere-se com a bela da jola e acompanha o tremoço. Avista-se com as rudes mãos do Zé Joaquim a abocanhà-la com grande alegria (leia-se alcoolémia e algazarra).O engraçado é pensar que a abóbora mãe da pevide serve para cozinhar alguns dos mais aclamados pratos e doçaria de que um gourmet se pode lembrar e de que o louro serve para temperar as bifanas que se vendem nas roulottes, tascas e tabernis dos recônditos cantos de culto do Zé Povinho! E a pevide seca, mas não salgada, participa em haute cuisine, contribuindo para alguns consomés e gelados, perdão, sorvettes, servidos em afamados restaurantes Michelin!
Da união destas duas dimensões nasceu o laurear da pevide, que significa reconhecer a sua grandeza e dignidade e portanto prestar-lhe um merecido passeio. Acrescente-se que a pevide sai do seu mundo pela vontade do seu detentor e o laureus dà-se ao Figo uma vez por ano!"

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

"Trinta por uma linha"

Após uma breve pesquisa reparei na ambiguidade interpretativa desta expressão (já para não questionar a sua origem!).

"Fazer trinta por uma linha" poderá significar:
1. grande confusão
2. fazer asneiras
3. coisas várias
4. coisas disparatadas

(...)

Em que é que ficamos afinal?